Três Fatores Cruciais para a Nova Geração de Edifícios Inteligentes

De acordo com o Relatório de Status Global da ONU , atualmente 36% do uso de energia e quase 40% das emissões de carbono no mundo provém de edifícios . Para alcançar as metas climáticas acordadas em Paris, é necessário acelerar a adoção de edifícios inteligentes com tecnologia eficiente em termos de energia – e ir além, para buscar comunidades e cidades inteligentes.

É necessário considerar três fatores cruciais para a nova tendência de edifícios inteligentes:

#1 – Inteligência artificial (AI)

Os edifícios precisarão reduzir o consumo de energia, além da necessidade de substiuirem tecnologias antigas, como termostatos, refrigeradores, lâmpadas e isolamento.

Imagine a possibilidade de edifícios inteligentes incorporarem inteligência artificial, a fim de proporcionarem uma experiência personalizada para cada pessoa, antecipando comportamentos humanos e ambientais para reduzir a energia usada em iluminação, água, aquecimento e resfriamento?

Essas tecnologias podem ser implementadas em escritórios, escolas, hospitais, aeroportos e residências particulares. Ajustar as demandas de água e energia com base em nosso comportamento economizará custos significativos de energia.

Além de grandes economias, usuários e proprietários terão experiências muito mais significativas. A tecnologia funcionará em segundo plano, buscando melhorias constantes sem que os usuários gastem tempo ou mudem seus comportamentos para isso acontecer.

#2 – Resposta a demanda e a flexibilidade 

Dada a confiança futura do mundo em fontes de energia renováveis, a resposta à demanda está se tornando uma ferramenta essencial nos planos de recursos da cidade. Esta resposta já existe em microescala, e permite que os usuários mudem seu consumo de energia quando está alto – incentivando, assim, os preços mais baixos da eletricidade. 

Em edifícios inteligentes, essas capacidades tecnológicas funcionarão também como estações de abastecimento de veículos elétricos e ajustarão seus tempos de carregamento com base no preço e na capacidade da rede. O mesmo raciocínio pode ser usado para bombear água, resfriar centros de dados, refrigeração de alimentos e muito mais. A maioria das necessidades que exigem eletricidade podem ser intercambiadas nos horários de pico, economizando dinheiro dos consumidores, evitando quedas e aumentando a otimização da rede.

#3 – Edifícios inteligentes alimentando comunidades inteligentes

Esta eletrificação de aquecimento, resfriamento e transporte é um dos principais componentes dos edifícios inteligentes.

As cidades podem ser divididas em comunidades – e comunidades em edifícios individuais. Assim, para se ter cidades inteligentes, devemos olhar para as comunidades e encontrar novas maneiras de colaborar, criando sinergias em grande escala entre as soluções de energia e os resíduos, fazendo com que haja novos modelos de negócios.

As empresas de serviços públicos devem vender energia como um serviço e ter um olhar que vai além dos quilowatts-hora. O calor industrial ou o efluente de uma empresa industrial pode se tornar o futuro calor e eletricidade para comunidades inteiras. Por exemplo, em Hamburgo, na Alemanha, o maior produtor de cobre da Europa, a Aurubis, fornece aquecimento com carbono neutro para novas partes da cidade. Usar esse calor economizará 20.000 toneladas de emissões de CO 2 por ano , ou 160 milhões de quilowatts-hora por ano.

Organizações inovadoras já estão desenvolvendo soluções.

Apple, Facebook e Google planejam vender o excedente de calor dos data centers. A cadeia de supermercados alemã, Lidl, fornece estações de carregamento para veículos elétricos em seus locais na Irlanda. Na Dinamarca, as estações de tratamento de águas residuais produzem eletricidade a partir da gaseificação de águas residuais e otimizam o bombeamento de água doce com base no vento que sopra.

Além das oportunidades oferecidas pela tecnologia, precisamos abordar algumas condições globais fundamentais. E mais importante ainda, o crescimento populacional introduzirá o problema de fornecer recursos básicos como alimentos, água limpa e eletricidade suficiente, além de assegurar a sustentabilidade econômica, social e ambiental global a todos.

As cidades inteligentes podem fornecer soluções para esses desafios, bem como uma boa qualidade de vida para os cidadãos, embora isso seja possível apenas com a ajuda de códigos e padrões de construção aprimorados e regulamentação inteligente, forçando os desenvolvedores a investir em tecnologias de ponta (iluminação, eficiência energética HVAC, etc.). Sem esses componentes, os países com rápido crescimento populacional se prenderão a tecnologias antigas e ineficientes – o que é insustentável.

À medida que fornecemos para outros bilhões de cidadãos eletricidade, e facilitamos a rápida urbanização de forma sustentável, a Europa e os Estados Unidos enfrentam desafios ligeiramente diferentes: um antigo e ineficiente estoque de edifícios. O estoque de edifícios existentes na Europa e América do Norte precisa ser mais eficiente, com a atualização da automação (economizando entre 8% e 22% do consumo total de energia, de acordo com o Buildings Performance Institute Europe ) e  de equipamentos, o que precisa ser feito de forma reativa e proativa . Esperar para melhorar o ponto de falha é caro, e as grandes despesas afetam negativamente a capacidade de incorporar a tecnologia inteligente.

A boa notícia, no entanto, é que toda a tecnologia de que precisamos já existe. Precisamos de edifícios inteligentes para alcançar cidades inteligentes e um futuro sustentável. Perceber essa ambição requer pessoas e regulamentação inteligentes, melhores incentivos econômicos e mais inovação na colaboração. A chave para liberar todo o potencial da tecnologia de energia inteligente é mais do que apenas o avanço tecnológico: trata-se de fomentar novas relações entre inovadores, prefeitos, construtores, proprietários de frotas e cidadãos.

A indústria do cobre está comprometida em impulsionar um futuro mais sustentável.

De acordo com a Wood Mackenzie, estima-se que em 2035 precisaremos de 43% a mais de cobre do que usamos hoje, devido ao aumento de atualizações em energia renovável e eficiência energética . A vida moderna foi construída em cobre e é alimentada por cobre desde que Thomas Edison criou a primeira rede elétrica – o cobre se tornou mais relevante do que nunca.

Fonte extraída, adaptada e traduzida de https://sustainablecopper.org/three-considerations-for-the-next-wave-of-smart-buildings/