Acesso à Energia Elétrica: Ainda um Problema!

De acordo com a ONU, apesar de todos os avanços científicos da humanidade, 1,5 bilhão de pessoas ainda vivem sem energia elétrica no mundo. No Brasil, há 14 anos o governo tenta universalizar o acesso à energia elétrica por meio do programa Luz para Todos.

Os desdobramentos do problema são muitos, entre eles a impossibilidade de estudar à noite, dificuldade de acesso à informação, desperdício de comida por falta de geladeira e insegurança. Segundo a Unesco, a prática cultural no continente africano de usar querosene como combustível para lamparinas mata 1,5 milhões de pessoas por ano e é uma das principais causas de problemas respiratórios em milhões de moradores da região.

No Brasil, há 14 anos o governo tenta universalizar o acesso à energia elétrica por meio do programa Luz para Todos. Entretanto, boa parte da população continua sem luz. Segundo o diretor do programa, Aurélio Pavão, do Ministério de Minas e Energia, cerca de 190 mil famílias brasileiras ainda vivem sem energia, a maior parte na zona rural.

Para o diretor, o avanço foi significativo desde 2002, quando o ministério estimou que 10 milhões de pessoas, cerca de 2 milhões de moradias, não tinham luz no país. “Em maio de 2009, o programa cumpriu a meta dos 10 milhões. À medida que avançamos, identificamos novas famílias e novos domicílios no meio rural que também precisavam de energia. O programa já levou energia a 15,5 milhões de pessoas”, esclareceu Pavão.

Ele explicou que são três as razões para a construção de muitas novas casas no país nos últimos anos. “O crescimento econômico, que gerou mais construções nas propriedades familiares, retorno de muitas famílias ao campo e os programas de assistência social, como Bolsa Família, que incrementou a renda das famílias.”

Segundo Aurélio Pavão, nas regiões Sul e Sudeste e parte do Nordeste o acesso à luz já está universalizado.  “A partir de agora, nosso maior desafio são alguns estados do Nordeste, principalmente Bahia, Piauí, Maranhão e Alagoas, além de Goiás, no Centro-oeste, e toda a região Norte.”  O novo prazo para universalização de energia no país é 2018.

Além das 190 mil residências mapeadas pelo ministério, Aurélio Pavão destacou a existência de comunidades isoladas na Amazônia. Elas não estão contabilizadas, mas não têm energia. Pavão explicou que o problema de levar energia para a região são as dificuldades de logística e obstáculos naturais.

Para superar os problemas, o programa foi modernizado com o uso de novas tecnologias, como cabos subaquáticos, postes de fibra de vidro, que boiam facilitando transporte pelos rios, e uso de energia solar. “Em tese, ainda temos uma população grande para atender nessa região, mas a o ministério está conseguindo avançar bastante”, acrescentou.

Aproveite e conheça os documentos disponíveis na Iniciativa Acesso à Energia do Portal Leonardo Energy: https://leonardo-energy.org.br/iniciativas/

1 Comentário

  1. Hilton Ferreira Magalhães

    É aquela conclusão óbvia. A energia mais cara é aquela que desperdiçamos ou não a dispomos para uso. O programa Luz para todos, já existente há anos, tem o mérito de tentar universalizar a energia elétrica, sobretudo nas comunidades rurais isoladas cujo custo para levá-la através de linha de transmissão e sistema de distribuição convencional, é proibitivo. Mas, uma vez implementado o sistema, por exemplo, através da geração de energia fotovoltaica autônoma, tem um complicado no que tange ao treinamento do consumidor em realizar a manutenção rotineira do sistema. Há que ter muito cuidado na manipulação das baterias, visto que um erro nessa atividade pode contribuir para acidentes perigosos, com risco de vida. Um outro assunto também de suma importância é no que tange ao descarte correto dessas baterias, a fim de que não contribuam para os impactos ambientais. Este fato vai de encontro aos princípios inerentes das energias alternativas e renováveis que são menos agressivas ao citado meio ambiente.